Na guerra dos browsers, uma porta se abre e outra se fecha.
Por Tarmo Virki e Richard Solem
HELSINQUE/OSLO, 15 de janeiro (Reuters) - Enquanto fabricantes de celulares se
concentram mais e mais em desenvolver browsers próprios, as produtoras de navegadores
estão se voltando às operadoras de telefonia móvel e às novas lojas de software para abrirem
novas oportunidades de vendas e compensar espaço perdido.
O uso da Internet sem fio deve disparar em 2010 e no futuro, enquanto as operadoras de
telefonia e fabricantes de celulares continuam lutando para recuperar o atraso com relação ao
Apple iPhone. Mas está cada vez mais difícil levar software aos celulares, porque muitos
produtores de celulares decidiram que criariam navegadores próprios.
O que agrava o problema para os produtores de navegadores é a chegada ao segmento, este
ano, da Mozilla, segunda maior produtora de navegadores para computador.
Opera, Myriad e produtoras menores de navegadores para celular estão reformulando seus
esforços e querem passar a vender navegadores às operadoras de telecomunicações, que
exercem papel crucial na distribuição de celulares em muitos grandes mercados, entre os quais
Estados Unidos e Reino Unido.
"Para a Opera, a chave são as operadoras, conseguir que elas forneçam celulares que já levem
instalado um navegador Opera", disse Andre Adolfsen, analista da Nordea. "É importante que
eles consigam transações com as grandes operadoras e que forcem a instalação do Opera nos
aparelhos, para que o usuário não precise de download (do navegador)", disse.
A Opera já conseguiu algumas importantes operadoras, como a Vodafone e a AT&T, para que
vendam seu navegador.
As produtoras de navegadores também estão recorrendo a novas lojas online de software,
como as da Nokia e Microsoft, para distribuir seu software. O grupo norte-americano
Skyfire anunciou que cerca de mil pessoas ao dia estão baixando seu navegador por meio desse
canal direto para com os consumidores.
Os navegadores mais usados em celulares são Opera, Apple e Nokia, de acordo com a
StatCounter, mas nenhum deles chega a 30 por cento do mercado.